terça-feira, 10 de junho de 2008

Categoria de base: entrevista com Thomaz Koerich


Conversei também com o auxiliar técnico da equipe infantil, Thomaz Koerich. Fiz algumas perguntas em relação a expectativa que as crianças criam ao ser aprovadas ou a decepção na hora de reprovadas.

OT - Pra ti que trabalha no infantil a responsabilidade deve ser ainda maior né? Como é realizado o trabalho psicológico para não frustrar as crianças que não são aprovadas nos treinos ou que não tem oportunidade de jogar os campeonatos?

TK - O Figueirense não possui, no momento, a profissional psicóloga. Então quem fica encarregado dessa parte é toda a Comissão Técnica (Treinador, Auxiliar Técnico, Preparador Física, Auxiliar Prep Físico, Prep de Goleiros, Massagista e Roupeiro), mas principalmente os treinadores. Então desde o primeiro momento já deixamos claro ao atleta que não é porque estão aprovados que o futuro deles já está garantido. Que precisa de muita dedicação e empenho por parte deles durante os treinamentos. E que como eles evoluem fisicamente, tem que evoluir também dentro de campo. A partir do momento que nós, da Comissão Técnica, notamos que o atleta estabilizou e não vemos mais perspectivas de evolução, é o momento de dispensá-lo.

OT - E como funciona isso?

TK - No caso da dispensa, evidenciamos que nós não somos os donos da verdade, que nesse momento aqui no Figueirense ele estabilizou, mas que se o objetivo dele é realmente ser um atleta de futebol, que essa é apenas a primeira pedra no caminho dele, de uma caminhada muito longa e com muito mais obstáculos. E desejamos a eles boa sorte e no que precisar estaremos sempre dispostos a orientá-los. Fora isso é importante que se tenha o grupo na mão, para que todos estejam aptos e principalmente motivados para representar o Figueirense num campeonato. Se não tiveram a chance de participar de um campeonato, o atleta tem que estar ciente que terá que trabalhar mais para que esteja dentro de uma próxima competição. Se uma não convocação para uma Taça servir como desmotivação, esse atleta estará desmotivado para treinar nos dias seguintes, fato que pode vir a prejudicar ele no seu rendimento e na sua evolução técnica.

OT - E vocês acabam desempenhando o papel de psicólogos?

TK - É onde intervimos mais uma vez, o atleta tem que encarar isso como um fator motivacional e que se ele objetivar estar presente em outra Taça, tem que trabalhar e nos mostrar que estávamos errados naquele momento. Se encarar de outro jeito é prejudicial somente a ele.

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